segunda-feira, 16 de março de 2009

Cabo verde






primeiras ilhas do Arquipélago de Cabo Verde terão sido descobertas em 1456 por Diogo Gomes e Alvise Cadamosto, e as segintes em 1461 por Diogo Gomes e António Noli ao serviço da coroa portuguesa, que encontraram as ilhas desabitadas e aparentemente sem indícios de anterior presença humana.
Começaram a ser colonizadas por Portugal por meio do sistema de Capitanias hereditárias dois anos mais tarde, trazendo escravos da costa da África para plantar algodão, árvores frutíferas e cana-de-açúcar para a ilha de Santiago.
Nessa ilha fundaram a cidade de Ribeira Grande, que se tornou muito importante para o comércio de escravos.
A importância da cidade cresceu de tal maneira que, em 1541, foi atacada por piratas e, em 1585, pelo corsário Inglês Francis Drake.
Depois de um forte ataque pirata francês, no ano de 1712, a cidade foi abandonada.
A posição estratégica das ilhas nas rotas que ligavam Portugal ao Brasil e ao resto da África contribuíram para o facto dessas serem
utilizadas como entreposto comercial e de aprovisionamento.
Abolido o tráfico de escravos em 1876, o interesse comercial do arquipélago para a metrópole decresceu, só voltando a ter importância a partir da segunda metade do século XX.
No entanto já tinham sido criadas as condições para o Cabo Verde de hoje: europeus e africanos uniram-se numa simbiose, criando um povo de características próprias.
Cabo Verde é uma república democrática parlamentarista, com regime multipartidário.
O governo é baseado na constituição de 1980, que institui o regime de partido único, revista em 1990 para introduzir o multipartidarismo e em 1992 para ajustá-la na totalidade com os valores da democracia multipartidária.
As eleições são presidenciais (para eleger o Presidente da República) e legislativas (para eleger os deputados nacionais), que são eleitos para mandatos de cinco anos.
O presidente do partido com maioria na Assembleia Nacional (Parlamento) é empossado como Primeiro-ministro. Apesar de ainda não haver ocorrido, há a possibilidade de o Presidente da República ser de um partido e o Primeiro-ministro de outro.
O Presidente da República, a Assembleia Nacional e o Conselho Superior da Magistratura Judiciária (esses também eleitos pela Assembleia Nacional) participam na eleição dos membros do Supremo Tribunal da Justiça.



Clima
O arquipélago de Cabo Verde está localizado na zona sub-saheliana, com um clima árido ou semi-árido. O oceano e os ventos alíseos moderam a temperatura.
A média anual raramente é superior a 25 °C e não desce abaixo dos 20 °C. A temperatura da água do mar varia entre 21 °C em Fevereiro e 25 °C em Setembro.
As estações do ano são fundamentalente duas: as-águas e as-secas ou tempo das brisas.
A estação chuvosa, de Agosto a Outubro, é muito irregular e geralmente com fraca pluviosidade, em especial nas ilhas de São Vicente e Sal, onde tem havido vários anos seguidos sem chuva.
As ilhas mais acidentadas, como Santo Antão, Santiago e Fogo, beneficiam de maior pluviosidade.
A estação mais seca, de Dezembro a Julho, é caracterizada por ventos constantes.
A chamada bruma seca, trazida pelo vento harmatão das areias do Saara, chega a provocar a interrupção dos serviços nos aeroportos.
Condições meteorológicas anuais
As ilhas de Cabo Verde têm poucos recursos. Os mais relevantes são a agricultura e a riqueza
marinha do arquipéla
go, sendo que o primeiro é frequentemente afectado por secas.
A agricultura é prejudicada pela falta de chuvas regulares e está restrita a apenas quatro ilhas. O PIB é produzido, em sua maior parte, pelo sector terciário.
Portugal tem fortemente cooperado e ajudado Cabo Verde a nível económico e social, o que resultou na indexação de sua moeda, o escudo cabo-verdiano, ao euro, e no crescimento de sua economia interna.
O ex-Primeiro-ministro de Portugal, José Durão Barroso, e Presidente da Comissão Europeia no segundo semestre de 2004, prometeu integrar Cabo Verde à área de influência da União Europeia, através de maior cooperação com Portugal.
A economia cabo-verdiana desenvolveu-se significativamente desde o final da última década, e o país já pode ser contado entre aqueles com desenvolvimento humano médio.
O país tem muitos emigrantes espalhados pelo mundo (com especial foco para EUA e Portugal) que contribuem com remessas financeiras significativas para o seu país de origem.
O turismo começa a ser uma fonte de receita importante. As principais ilhas turísticas são a Ilha do Sal e a Ilha de Santo Antão.
Os Cabo-verdianos são descendentes de antigos escravos africanos e dos seus senhores portugueses.
Grande parte dos Cabo-verdianos emigra para o estrangeiro, principalmente para os EUA e Portugal.
Um facto curioso é que há mais Cabo-verdianos a residir no estrangeiro que no próprio país. Marcadamente jovem na sua Estrutura Etária, com 40% dos efectivos entre os 0-14 anos (estimativa 2005) e apenas 6% acima dos 65 anos, a média de idades da população
caboverdeana ronda os 24 anos.
A Esperança Média de Vida, que em 1975 rondava os 63 anos, atinge, em 2003, os 71 anos (67 para homens; 75 para as mulheres).
A Taxa de Mortalidade Infantil, que em 1975 rondava os 110‰, representava, em 2004, um valor de 20‰ (44‰ em 1990; 26‰ em 2000), valor inferior às taxas de outros países de categoria de rendimento semelhante.
A Taxa de Crescimento da População, de
pendente dos fluxos migratórios, situou-se, no decénio 1990-2000 (data do último censo populacional), em cerca de 2,4%, valor que se manteve constante até 2005.
De aí em diante prevê-se que a mesma estabilize em torno dos 1,9%.
Os agregados familiares, em 2006, eram constituídos, em média, por 4,9 membros (5 no meio rural e 4,5 no meio urbano).
Os principais destinos da emigração cabo-verdiana são:
EUA: 250.000 (Boston, New Bedford);
Portugal: 100.000; Distrito de Lisboa (Lisboa, Amadora, Loures, Oeiras), Distrito de Setúbal (Setúbal, Sines e Santiago do Cacém), Porto e Faro;
Holanda: 37.500;
Angola: 35.000;
Senegal: 22.500;
Brasil: 19.500, quase todos estudantes.
A língua oficial é o português, usada nas escolas, na administração pública, na imprensa e nas publicações. A língua nacional de Cabo Verde, a língua do povo, é o crioulo cabo-verdiano (criol, kriolu). Cabo Verde é formado por de
lhas e cada uma tem um crioulo diferente.
O crioulo está oficialmente em processo de normalização (criação duma norma) e discute-se a sua adopção como segunda língua oficial, ao lado do português.
Cabo Verde é membro da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP).
Cabo Verde é país-sede de um organismo da CPLP, o Instituto Internacional da Língua Portuguesa (IILP).
O inglês e o francês são leccionados no ensino secundário.
Existe uma comunidade de imigrantes senegaleses, especialmente na ilha do Sal, que fala também o francês.



Cabo Verde caracteriza-se por uma miscigenação de elementos europeus e africanos.
Não se trata de um somatório de duas culturas, convivendo lado a lado, mas sim, um terceiro produto, totalmente novo, resultante de um intercâmbio que começou há 500 anos


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